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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pedras no rins.


Os cálculos ou pedras renais são depósitos minerais que se formam dentro nos rins e podem estar presentes em várias partes das vias urinárias. Eles se iniciam como partículas microscópicas e se desenvolvem com o passar do tempo até formarem os cálculos. O termo médico para este problema é nefrolitíase ou urolitíase.

Os rins filtram substâncias químicas vindas do sangue e que não servem mais para o organismo, a maior parte delas tóxicas, e os acrescenta à urina. Quando estas escórias não se dissolverem completamente na urina, cristais e cálculos renais são formados.


Os cálculos podem ser tão pequenos quanto grãos de areia e serem eliminados do organismo na urina sem causar qualquer desconforto, como também podem ser do tamanho de uma ervilha ou até maiores, causando sintomas. Embora alguns destes cálculos sejam tão grandes que não se desprendem dos rins, outros conseguem migrar pelo fino canal que liga o rim à bexiga, chamado ureter, onde eles são retidos. Veja quadro abaixo que relaciona o tamanho do cálculo e a probabilidade deles serem eliminados espontaneamente:

Cálculo dentro do ureter – Eliminação Espontânea
<4>6 mm
10%
Conduta
Conservadora
(Somente tratamento clínico)
Possível
Intervenção
(Cirurgia, litotripsia, etc)
Provável
Intervenção
(Cirurgia, litotripsia, etc)


Os cálculos renais retidos podem causar muitos sintomas diferentes, incluindo dor extrema (cólica renal), interrupção ou diminuição do fluxo de urina (anúria ou oligúria, respectivamente) e sangramento das paredes das vias urinárias (hematúria).

Os cálculos renais são um problema muito comum, afetando 10 por cento das pessoas no mundo inteiro. Há vários tipos diferentes de cálculos, e uma variedade de razões pelas quais eles se formam. Os cálculos renais são classificados de acordo com sua composição química. A tabela abaixo relaciona a composição dos cálculos urinários com sua incidência nos casos de calculose renal:

Composição Química:


Porcentagem
Oxalato de Cálcio (puro ou misto)
75%
Fosfato Amoníaco Magnesiano (Estruvita)
10%
Ácido Úrico
8%
Fosfato de Cálcio
5%
Cistina
1%
Outros
1%


Quadro Clínico

Os cálculos renais podem não causar sintomas ou se manifestar de forma aguda como cólica renal. Aproximadamente uma em cada 200 pessoas desenvolvem pedras nos rins.

Cálculos localizados no interior do rim (pelve renal) podem apresentar pouco ou nenhum sintoma. Muitos cálculos renais pequenos podem ser eliminados na urina sem causar sintomas. Cálculos maiores podem ser retidos (se prender) no ureter, causando cólicas intensas na região lombar (costas) ou nos flancos (de lado).

A presença de dor lombar aguda, sangramento na urina (hematúria), náuseas, vômitos e infecção urinária devem alertar o paciente quanto a uma crise de cólica renal. A cor da urina pode ser normal, rosada ou vermelha. Se a dor muda de lugar, indo em direção à virilha, normalmente indica que a pedra migrou para baixo, dentro do ureter, e está mais próximo à bexiga. Com a proximidade do cálculo à bexiga, pode aparecer uma vontade aumentada e constante de urinar (polaciúria) ou uma sensação de ardência ao urinar (disúria). Quando pedras são eliminadas na urina, muitas vezes o paciente pode ver a saída dos cálculos.

Diagnóstico

Na história clínica o médico irá rever os sintomas e perguntará sobre qualquer mudança na cor da urina. Ele irá perguntar se alguém na família já teve cólica renal por cálculos, e se o paciente ou algum familiar já teve gota (distúrbio do ácido úrico).

A ultra-sonografia dos rins e vias urinárias, a radiografia simples de abdome, a tomografia computadorizada de abdome e a urografia excretora (veja figura abaixo) são os exames de imagem mais recomendados para o diagnóstico de litíase renal.

Podem ser feitos exames de sangue e de urina para identificar uma causa tratável de cálculos.

Se você não tem nenhum sintoma e você encontra um cálculo em sua urina, guarde-o e leve à consulta para mostrá-lo a seu médico. Ele poderá enviá-lo para o laboratório de análises químicas para ver sua composição.


Prevenção

Em geral, pode-se ajudar a prevenir os cálculos renais tomando bastante líquido e evitando a desidratação. Isto dilui a urina e diminui as chances das substâncias químicas se combinarem e formar os cálculos.

Pode-se prevenir a formação de cálculos de oxalato de cálcio ingerindo leite desnatado e outros alimentos ricos em cálcio. Porém, consumir suplementos à base de cálcio podem aumentar o risco de formação dos cálculos. O cálcio na dieta liga-se ao oxalato dentro dos intestinos diminui a quantidade de oxalato que entra no sangue, com isso, há uma menor eliminação na urina. Pessoas que excretam muito oxalato na urina devem evitar comer comidas com alto teor de oxalato, incluindo beterraba, espinafre, rúcula, etc. Chá, café, refrigerantes à base de cola, chocolate e nozes também contêm oxalato, mas estes podem ser usados com moderação. Ingerir muito sal e carne podem levar à maior formação de cálculos.

Tratamento

Em muitos casos, um cálculo renal pequeno pode eventualmente ser eliminado pela urina por si só, especialmente se a pessoa bebe bastante líquido. Sob prescrição médica, a pessoa pode permanecer normalmente em casa, aliviando a dor com analgésicos (Voltaren, Arcoxia, Profenid, Feldene, etc) e antiespasmódicos (Buscopan). Cálculos de ácido úrico poderão ser tratados clinicamente com grande ingestão de água, alcalinizantes da urina e substâncias que interferem na sua formação. Já os cálculos de cálcio não dissolvem dessa maneira.

Porém, se o cálculo for muito grande, se a dor é insuportável ou se houver infecção ou hemorragia significativas, pode ser necessário remover o cálculo ou quebrá-lo em partes menores. Há várias opções para destruir cálculos alojados nas vias urinárias:

Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO) — Revolucionou o tratamento da litíase urinária devido ao fato de ser pouco invasiva, eficaz e de baixa morbidade. As ondas de choque aplicadas aos cálculos renais fraturam externamente em fragmentos menores devido a um fenômeno chamado cavitação. Os fragmentos são eliminados na urina. Não requer anestesia, quando muito uma sedação, e é realizado no consultório. Para cálculos renais o índice de sucesso é de 80% e para os ureterais é de 85%.
Litotripsia Percutânea por Ultra-som — Um instrumento semelhante a um tubo estreito é passado por uma pequena incisão nas costas em direção ao rim e ondas de ultra-som irão atingir os cálculos e dividi-los em pequenas partes. Os fragmentos dos cálculos são então eliminados na urina.



Litotripsia com Laser — Um feixe de laser separa os cálculos no ureter para torná-los mais fáceis de serem eliminados.
Uretroscopia — Uma sonda endoscópica muito pequena é inserida na uretra e guiada até a bexiga. O cálculo é fragmentado ou então é removido inteiro dependendo do tamanho.


O método será escolhido de acordo com o local em que o cálculo se encontra:

Rim:
Litotripsia por ondas de choque;
Litotripsia Percutânea - a energia é aplicada diretamente sobre o cálculo através de um endoscópio que é inserido no rim;
Cirurgia tradicional com incisão.
Ureter:
Litotripsia de ondas de choque;
Litotripsia endoscópica;
Remoção endoscópica;
Cirurgia tradicional com incisão.

Bexiga:
Extração Endoscópica ou litotripsia;
Cirurgia tradicional com incisão.

É rara a necessidade de cirurgia para remover cálculos renais.

Após os cálculos renais serem eliminados, é possível evitar que eles venham a se formar novamente com o uso de medicamentos ou mudanças na dieta. Por exemplo, medicamentos como os diuréticos tiazídicos (Hidroclorotiazida) podem ser prescritos para algumas pessoas com cálculos renais compostos de cálcio, enquanto algumas pessoas com cálculos de ácido úrico podem ser tratadas com Alopurinol (Zyloric ®).

Qual médico procurar?

O médico que acompanha os casos de cálculos renais é o Urologista. Em situações de urgência, deve-se inicialmente procurar o pronto socorro e depois ser acompanhado pelo Urologista.

Deve-se procurar o pronto socorro quando houver:

Cólica renal (dor intensa na região lombar ou nos flancos), com ou sem náuseas e vômitos;
Diurese (urina) freqüente, fora do normal, ou um desejo persistente de urinar (polaciúria);
Uma queimação (algúria) ou desconforto ao urinar (disúria);
Sangramento na urina (hematúria).

Como os cálculos renais retidos podem levar à infecção urinária, deve-se procurar o médico quando se é portador de cálculos renais e tiver febre, calafrios, ou se a urina estiver com mal cheiro, espessa ou escurecida.

Prognóstico

Quando um cálculo renal é retido no ureter, ele pode permanecer lá até ser removido, ou eventualmente pode mover-se em direção à bexiga e ser eliminado na urina sem “ajuda”. Pode levar horas, dias ou semanas para um cálculo ser eliminado. Via de regra, os cálculos menores têm mais chance de serem eliminados espontaneamente. Os cálculos maiores permanecerão retidos no ureter, causando obstrução do fluxo de urina, causando dor, sangramento e eventualmente infecção. As pessoas que já tiveram um cálculo renal têm uma chance de 50% de desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos, mas os outros 50% que eliminaram o cálculo jamais terão um segundo.

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