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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A gripe...


A gripe é uma doença infecciosa aguda que afeta aves e mamíferos. É causada pelo Vírus ARN da família Orthomyxoviridae (dos vírus influenza). O nome influenza vem da língua italiana, e significa "influência" (em latim, influentia). Em humanos, os sintomas mais comuns da doença são calafrios e febre, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça, tosse, fadiga e mal estar.[1] Em casos mais graves causa pneumonia, que pode ser fatal, particularmente em crianças pequenas e idosos. Embora às vezes seja confundida com o resfriado, a gripe é muito mais grave e causada por vários tipos de vírus.[2] Pode causar náusea e vômito, especialmente em crianças,[1] mas tais sintomas são mais característicos da não relacionada gastroenterite, que pode ser chamada de "gripe de estômago" ou "gripe de 24 horas".[3]
Tipicamente, a gripe é transmitida por mamíferos infectados por meio do ar por tosses ou espirros, criando
partículas contendo o vírus, e por aves infectadas por meio de suas fezes. Pode também ser transmitida pela saliva, secreções nasais, fezes e sangue. Infecções também ocorrem por meio de contato com estes fluidos corporais ou com superfícies contaminadas. Os vírus podem infectar por cerca de uma semana à temperatura do corpo, e por mais de 30 dias à 0 °C (32 °F), e por períodos mais longos em temperaturas mais baixas.[4][5] A maior parte das variedades do influenza pode ser facilmente neutralizada por meio de desinfetantes e detergentes.[6][7][8]

A gripe se espalha ao redor do mundo em epidemias, que resultam em mortes de centenas de milhares de pessoas anualmente — milhões em anos de pandemia . Três epidemias da doença ocorreram no século 20 mataram dezenas de milhões de pessoas, com cada uma destas pandemias sendo causada pela aparição de uma nova variedade do vírus em humanos. Frequentemente, estas novas variedades resultam de uma gripe existente em espécies animais para seres humanos. Uma variedade gripe aviária, chamada H5N1 mostrou-se a de maior risco para uma nova pandemia de gripe desde que começou a matar humanos na Ásia nos anos 1990. Felizmente, não sofreu uma mutação para uma forma que se espalha facilmente entre as pessoas.[9]
Vacinações são geralmente dadas às pessoas em países desenvolvidos com um menor risco de contrair a doença[10] e às aves de criação.[11] a vacina humana mais comum é a chamada vacina trivalente que contem material purificado e inativo de três variedades do vírus. Tipicamente, esta vacina inclui material de subtipos da variedade A e uma da B.[12] A vacina formulada para uma ano pode ser ineficaz no ano seguinte, pois os vírus mudam rapidamente ao longo do tempo, e diferentes variedades se tornam dominantes. Medicamentos anti-virais podem ser utilizados para o tratamento, especialmente os com inibidores de neuramidase.[13]




Os sintomas da gripe em seres humanos foram claramente descritos por Hipócrates aproximadamente 2400 anos atrás.[14][15] Desde então, o vírus causou numerosas pandemias. Dados históricos sobre a gripe são difíceis de serem interpretados porque os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças, como difteria, febre tifóide, dengue ou tifo. O primeiro relato convincente de epidemia de gripe foi em 1580, que começou na Ásia e se espalhou pela Europa via África. In Roma, por volta de 8.000 pessoas morreram, e muitas cidades espanholas ficaram praticamente inabitadas. Pandemias continuaram esporadicamente ao longo dos séculos XVII e XVIII, sendo a pandemia de 1830–1833 particularmente vasta; infectou praticamente um quarto das pessoas expostas.[16]
A pandemia mais famosa e letal foi a chamada
gripe espanhola (tipo A, subtipo H1N1), que durou de 1918 a 1919. Antigas estimativas apontam para 40–50 milhões de pessoas,[17] enquanto estimativas mais recentes indicam de 50 a 100 milhões de mortos no mundo inteiro.[18] Esta pandemia foi descrita como "O maior holocausto médico da história" e pode ter matado tantas pessoas quanto a peste negra.[16] Esta grande mortalidade foi devido ao grande índice de infecção (acima de 50%) e da extrema gravidade dos sintomas, que suspeitavam ser causados pela tempestade de citocinas.[17] De fato, os sintomas em 1918 eram tão incomuns que a gripe foi inicialmente confundida em diagnósticos como dengue, cólera ou tifóide. De acordo com alguns registros, "uma das mais graves complicações era a hemorragia das membranas mucosas, especialmente do nariz, estômago e intestino. Sangramentos dos ouvidos e hemorragias de petéquia na pele também ocorriam. [18] A maioria das mortes eram de pneumonia bacteriana, uma infecção secundária causada pela gripe, mas o vírus também matou diretamente por meio de graves hemorragias e edemas no pulmão.[19]
A pandemia de gripe espanhola foi verdadeiramente global e se espalhou até mesmo pelo
Ártico e ilhas remotas do Pacífico. A gravidade inesperada da doença matou entre 2 e 20% dos infectados, muito alta comparada com as taxas de mortalidades das epidemias de gripe de cerca de 0.1%.[19][18] Outro grande diferencial desta pandemia foi a alta taxa de mortalidade de jovens adultos, com 99% de mortes causadas pela pandemia em pessoas abaixo dos 65 anos, e mais da metade entre jovens adultos entre 20 e 40 anos.[20] Isto não é comum, pois a gripe normalmente causa mais mortes em crianças abaixo de 2 anos e idosos acima de 70. O total de mortos pela pandemia de 1918–1919 é desconhecido, mas estima-se que entre 2,5 e 5% da população mundial morreu em consequência da doença. Aproximadamente 25 milhões teriam morrido nas primeiras 25 semanas; para efeito de comparação, o HIV teria matado a mesma quantidade em seus primeiros 25 anos.[18]

As pandemias de gripe posteriores não foram tão devastadoras. alguns exemplos de tais pandemias foram a de gripe asiática em 1957 (tipo A, variedade H2N2) e a gripe de Hong Kong de 1968 (tipo A, variedade H3N2), mas mesmo estas sendo menores, mataram milhões de pessoas. Com o advento dos antibióticos, controlou-se as infecções secundárias o que pode ter ajudado a reduzir a mortalidade em relação à gripe espanhola de 1918.[19]


A família de vírus Orthomyxoviridae, causadora da gripe, foi primeiro descoberta em porcos por Richard Shope em 1931.[22] Esta descoberta foi seguida pelo isolamento do vírus em humanos por um grupo liderado por Patrick Laidlaw no Medical Research Council do Reino Unido em 1933.[23] Entretanto, só após Wendell Stanley cristalizar o tobacco mosaic virus em 1935 que foi descoberta a natureza não celular dos vírus.
O primeiro passo significante para a prevenção da gripe foi o desenvolvimento de uma vacina feita com vírus mortos por
Thomas Francis, Jr. em 1944. Esta pesquisa foi baseada em um trabalho de Frank Macfarlane Burnet, que mostrou que o vírus se tornava inativo quando cultivado em ovos de galinha.[24] A aplicação desta observação de Francis permitiu seu grupo de pesquisadores da Universidade de Michigan a desenvolver a primeira vacina contra a gripe, com o apoio do Exército dos EUA.[25] O Exército americano estava profundamente envolvido nesta pesquisa devido a sua experiência com a gripe na Primeira Guerra Mundial, quando milhares de tropas morreram por causa do vírus em questão de meses.[18]


Ocorrência e Transmissão:


A gripe ocorre, mais frequentemente, nos meses de Inverno e, habitualmente, o pico surge entre Dezembro e Março no hemisfério norte. Só atinge o hemisfério sul meio ano mais tarde, na época fria local.
Admite-se, no entanto, a existência de casos esporádicos de gripe ao longo de todo o ano. Os casos de gripe que aparecem isolados fora do Inverno passam habitualmente sem diagnóstico sendo rotulados de síndromes gripais.
Quando a temperatura é baixa e na ausência de
radiação ultravioleta o vírus sobrevive o tempo suficiente para poder ser transmitido de um pessoa infectada para uma pessoa saudável.
Outro factor facilitador da transmissão do vírus é o agrupamento de pessoas em recintos fechados (escolas, lares, meios colectivos de transporte, discoteca).
A gripe apresenta uma elevada
taxa de transmissão. Transmite-se por partículas da saliva de uma pessoa infectada, expelidas sobretudo através da respiração, da fala, da tosse e dos espirros.


Período de incubação e de contágio:


A gripe apresenta um curto período de incubação, o qual é, em média, de

2 dias com intervalo de 4 dias.
O
período de contágio inicia-se 1 a 2 dias antes e até 5 dias após o início dos sintomas. O período de contágio nas crianças e nos imunodeprimidos pode ter uma duração superior a 1 semana.


Prevenção:

A melhor maneira de se proteger da gripe é fazer a vacinação anual contra o Influenza antes de iniciar o inverno, época em que ocorrem mais casos. Ela pode ajudar a prevenir os casos de gripe ou, pelo menos, diminuir a gravidade da doença. Sua efetividade entre adultos jovens é de 70-90%. Cai para 30-40% em idosos muito frágeis , isso porque estes têm pouca capacidade de desenvolver anticorpos protetores após a imunização (vacinação). Contudo, mesmo nesses casos, a vacinação conseguiu proteger contra complicações graves da doença como as hospitalizações e as mortes. Esta prevenção é ainda mais necessária, dado não existir um tratamento específico que se revele totalmente satisfatório.


A Vacinação:

A vacinação é eficaz porque, em até 75% das situações, evita o aparecimento da gripe e, em 98% dos casos, diminui a gravidade da doença. No entanto, não dá protecção em longo prazo porque o vírus muda constantemente – pequenas mutações – com novas estirpes e variantes a emergirem, pelo que as pessoas não conseguem desenvolver imunidade específica às estirpes individuais que vão aparecendo. Sendo assim em regiões temperadas, onde há muitos casos de infecção, sua ação pode diminuir bastante, devido a variação genética. Causando a sensação de que a vacinação "Não serviu para nada!". Em casos de grande variação genética e eficiência da vacina pode diminuir bastante, em todo caso vacinar-se contra à gripe é uma decisão pessoal em que se pesam o risco e o benefício. Pessoas com doenças crônicas, cardíacas e respiratórias não podem abrir mão, contudo indivíduos com determinadas alergias aos componentes da vacina, como proteínas do ovo e tiomersal devem ponderar bem.


Cuidados:

A pessoa doente deve tomar algumas medidas para aumentar as defesas do organismo e evitar a transmissão da doença a outras pessoas e para ter seu tratamento mais rápido. Os principais cuidados são:
• Descansar bastante e alimentar-se bem;
• Beber muitos líquidos como consumos de frutas ou água;
• Tomar sucos naturais;
• Tomar os remédios na hora certa;
• Usar o lenço ao tossir ou espirrar, o que contribui para evitar a contaminação de outras pessoas.
Caso os sintomas da doença tenham se apresentado a menos de dois dias, o doente poderá discutir com o seu médico a possibilidade de se usar um tratamento antiviral. O indivíduo enfermo deverá fazer repouso, evitar o uso de álcool ou fumo, procurar se alimentar bem e tomar bastante líquidos, além de usar medicações para a febre e para a dor aspirina (se tiver 18 anos ou mais), acetaminofen ou
ibuprofeno. Outros medicamentos podem ser usados para a melhora dos sintomas do nariz, como a coriza (corrimento do nariz) ou congestão nasal. Retorno às atividades normais somente após os sintomas terem ido embora. Para combater e prevenir a gripe pelo vírus influenza do tipo A, a amantadina poderá ser empregada em crianças com mais de 1 ano de idade. A rimantadina é outra opção nestes casos. Entretanto, para tratamento ela só poderá ser usada em adultos. Estes dois medicamentos antivirais podem ajudar no processo de cura desde que utilizados nas primeiras 48 horas da doença.

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