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domingo, 17 de maio de 2009

Leptospirose.




A leptospirose, também chamada de Mal de Weil ou Síndrome de Weil em seu quadro mais severo, é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e que pode ser fatal. Foi classificada em 1907, graças a um exame post mortem realizado com uma amostra de rim infectado, mas a doença já foi identificada em 1886, pelo patologista alemão Adolf Weil (em sua homenagem, a doença recebeu o nome de "Mal de Weil").
É uma
zoonose causada por uma bactéria do tipo Leptospira.
Nos seres humanos causa ampla gama de sintomas, mas algumas pessoas infectadas podem ser assintomáticas, isto é, não apresentam sintoma algum. Sintomas da doença podem
incluir febre alta, fortes cefaléias, calafrios, dores musculares, vômitos, bem como icterícia, olhos congestionados, dor abdominal, diarréia ou coceira. Complicações incluem falência renal, meningite, falência hepática e deficiência respiratória, o que caracteriza a forma mais grave da doença, conhecida como doença de Weil ou síndrome de Weil. Em casos raros ocorre a morte.
O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes serológicos como o Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas (ELISA, no acrônimo em inglês) e o PCR (acrônimo em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase = Polymerase Chain Reaction).
A
infecção nos seres humanos é freqüentemente causada por água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais infectados (bovinos, suínos, eqüinos, cães, roedores e animais selvagens) que são ingeridos ou entram em contato com membranas mucosas ou com fissuras ou rachaduras da pele. A infecção é mais comum em áreas rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, quando alguns dos animais mencionados entram em contato com alimentos armazenados em depósitos não devidamente isolados.
A transmissão da leptospirose somente ocorre quando há meio aquoso para veicular a bactéria, pois ela não sobrevive a meios secos. Os casos de latas de refrigerante que transmitiram a doença conforme correntes de e-mails é falso portanto, o que não elimina a necessidade de boa lavagem das latas para consumo, pois os coliformes fecais são causadores de intoxicações alimentares que podem levar a morte.
Os casos de animais que contraem a bactéria ocorrem quando os animais ingerem um outro animal infectado com a lesptospira ou em contato com urina ainda líquida. Por exemplo quando ruminantes ingerem pastagem misturada a urina. Já foram documentados presença de leptospira em animais domésticos e silvestres(baratas), portanto não há apenas uma espécie que dissemina a doença. O rato tem importância fundamental, pois mantém contato direto com humanos em grandes centros. Em grandes centros as estimativas de população de ratos chegam a um ponto de que há pelo menos um rato vivo a uma distância de 3 metros de qualquer ponto que estejamos, seja escondidos em tocas ou no subterrâneo em poços de esgoto e afins.
A leptospirose é tratada com os antibióticos já citados, mas principalmente com estreptomicina ou dihidroestreptomicina que elimina a bactéria dos rins e, conseqüentemente, a transmissão desta. Em animais a recomendação por lei é de que, uma vez confirmado o diagnóstico, o animal seja imediatamente eutanasiado e sejam tomados os cuidados sanitários de destino ao cadáver e os tramites legais.
Não há registros de transmissão da doença de uma pessoa para outra.
A leptospirose é tratada com
antibióticos, como a doxiciclina ou a penicilina.




Transmissão:



A leptospirose é primariamente uma zoonose. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina.
O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino.
A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de
água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença. A transmissão de uma pessoa para outra é muito pouco provável.




Riscos:



No Brasil, como em outros países em desenvolvimento, a maioria das infecções ocorre através do contato com águas de enchentes contaminadas por urina de ratos. Nesses países, a ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as conseqüentes inundações são condições favoráveis à alta endemicidade e às epidemias. Atinge, portanto, principalmente a população de baixo nível sócio-econômico da periferia das grandes cidades, que é obrigada a viver em condições que tornam inevitável o contato com roedores e águas contaminadas. A infecção também pode ser adquirida através da ingestão de água e alimentos contaminados com urina de ratos ou por meio de contato com urina de animais de estimação (cães, gatos), mesmo quando esses são vacinados. A limpeza de fossas domiciliares, sem proteção adequada, é uma das causas mais freqüentes de aquisição da doença. Existe risco ocupacional para as pessoas que têm contato com água e terrenos alagados (limpadores de fossas e bueiros, lavradores de plantações de arroz, trabalhadores de rede de esgoto, militares) ou com animais (veterinários, pessoas que manipulam carne). Em países mais desenvolvidos, com infra-estrutura de saneamento mais adequada, a população está menos exposta à infecção. É mais comum que a infecção ocorra a partir de animais de estimação e em pessoas que se expõem à água contaminada, em razão de atividades recreativas ou profissionais.
No Brasil, entre 1996 e 2005, foram notificados 33.174 casos de leptospirose. Apenas os casos mais graves (ictéricos) são, geralmente, diagnosticados e, eventualmente, notificados. A leptospirose sem icterícia é, freqüentemente, confundida com outras doenças (
dengue, "gripe"), ou não leva à procura de assistência médica. Os casos notificados, provavelmente, representam apenas uma pequena parcela (cerca de 10%) do número real de casos no Brasil.




Tratamento:



O tratamento da pessoa com leptospirose é feito fundamentalmente com hidratação. Não deve ser utilizado medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que podem aumentar o risco de sangramentos. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença, devem ser empregados antibióticos (doxiciclina, penicilinas), uma vez que reduzem as chances de evolução para a forma grave. As pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas. As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas como diálise peritonial para tratamento da insuficiência renal.

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