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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dengue


Dengue
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.

Agente Etiológico
O vírus da dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

Vetores Hospedeiros

Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas, a espécie Aedes aegypti é a responsável pela transmissão da dengue. Outra espécie, Aedes albopictus, embora presente no Brasil, ainda não tem comprovada sua participação na transmissão, embora na Ásia seja um importante vetor.

Modo de Transmissão
A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação.
A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

Período de Incubação
Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.

Período de Transmissibilidade
A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença.

A apresentação clínica da doença pode ser dividida em três grupos principais:
A) Dengue clássicaa) nos adultosA primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39º a 40º), de início abrupto, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos e exantema (vermelhidão no corpo) que pode ser acompanhado de prurido.Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de astenia durante algumas semanas.
b) Nas crianças geralmente se inicia com febre alta acompanhada de sintomas inespecíficos: apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarréia. O exantema pode estar presente ou não. Nos menores de 2 anos, as dores podem manifestar-se por choro intermitente, irritabilidade, apatia e recusa de líquidos, que pode agravar a desidratação.
É exatamente no final do período febril que eventualmente surgem manifestações hemorrágicas: sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos profusos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.Nas crianças, também, as formas graves se manifestam depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder. Nos menores de 5 anos, o início da doença pode ser frustro, passar despercebido, e o quadro grave instalar-se como primeira manifestação reconhecível.
B) Febre hemorrágica da dengue (FHD) As manifestações iniciais são as mesmas da forma clássica, até que ocorra remissão da febre, entre o terceiro e o sétimo dia, quando aparecem as manifestações hemorrágicas (espontâneas ou provocadas). O hemograma mostra que as plaquetas caem para menos de 100 mil/milímetro cúbico) e a pressão arterial pode baixar.

Diagnóstico
Suspeitar de dengue em todo caso de doença febril aguda com duração máxima de 7 dias, acompanhada de dois dos seguintes sintomas, associados ou não a hemorragias:
dor de cabeça;
dor atrás dos olhos;
dores musculares;
dores nas juntas;
prostração;
vermelhidão no corpo.
Confirmação laboratorial de dengue
Existem dois tipos de exame para o diagnóstico de certeza da dengue: 1) Sorologia: é o exame mais simples; detecta a presença de anticorpos contra o vírus. O exame se torna positivo depois do sexto dia do início dos sintomas;
2)Prova do laço A prova do laço é obrigatória. Está indicada em todos os casos com suspeita de dengue.Procedimento:
Desenhar com uma esferográfica um quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço do paciente;Insuflar no manguito até o valor médio (no caso, até 10) e mantê-lo insuflado por 5 minutos (em crianças, 3 minutos), ou até o aparecimento de pequenos pontos de sangramento sob a pele (petéquias);Contar o número de petéquias no interior do quadrado;A prova será positiva se surgirem mais do que 20 petéquias no adulto ou dez petéquias nas crianças.

Tratamento
Dengue clássica:não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática,com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos e os antiinflamatórios não hormonais,
já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações
hemorrágicas e acidose. O paciente deve ser orientadoa permanecer em repouso e iniciar hidratação oral.Febre Hemorrágica da Dengue - FHD:
os pacientes devem ser observados cuidadosamente para
identificação dos primeiros sinais de choque. O período crítico
será durante a transição da fase febril para a afebril, que geralmente
ocorre após o terceiro dia da doença. Em casos menos graves,
quando os vômitos ameaçarem causar desidratação ou acidose,
ou houver sinais de hemoconcentração, a reidratação pode ser
feita em nível ambulatorial.Aos primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para correção rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma administração rápida de fluidos é particularmente
importante estar atento a sinais de insuficiência cardíaca.

Medidas de Controle
A notificação dos casos suspeitos por ser uma doença compulsória, todo caso
suspeito deve ser comunicado, pela via mais rápida, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próximo.A investigação do local provável de infecção, bem como a busca ativa de casos são medidas importantes. A única garantia para que não exista a dengue é a ausência do vetor. A OMS preconiza que há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial (número de imóveis com focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados vezes 100) estão acima de 5%. No entanto, não existe nível "limite" abaixo do qual se possa ter certeza de que não ocorrerão surtos de dengue.Em áreas com Aedes, o monitoramento do vetor deve ser realizado constantemente, para conhecer as áreas infestadas e desencadear as medidas de combate. Entre as medidas de combate constam:
•manejo ambiental:
Mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes;
•controle químico:
Consiste em tratamento focal (elimina larvas), peri-focal (em pontos estratégicos de difícil acesso) e por ultra baixo volume - “fumacê” (eliminaalados).Este último deve ter uso restrito em epidemias, como forma complementar de interromper a transmissão de dengue, ou quando houver infestação predial acima de 5% em áreas com circulação comprovada de vírus.

ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM
Capacitação e treinamento dos agentes comunitários.
Realizações de palestras para a comunidade.
Mobilização da comunidade
Planejamento de atividades educativas para prevenção e controle da dengue.

Políticas públicas utilizada no controle da dengue e/ou agravo.
O controle e combate à dengue tem que se dar nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal.Pois depende de atividades programáticas de combate químico e mecânicas realizadas por órgãos governamentais, de investimentos substanciais de saneamento ambiental e da participação das comunidades através de mudanças comportamentais. A implementação destas medidas tem representado um desafio.

· Responsabilidade governamental (planejamento).
· Responsabilidade social (cidadão).

Incidência da dengue na Brasil /Bahia /Salvador
Apesar da epidemia que atinge o Estado do Rio, a incidência de dengue diminuiu em 2008 no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. De acordo com os dados da Secretaria de Vigilância Sanitária, foram 98.787 casos entre janeiro e fevereiro, contra 120.570 no mesmo período de 2007. O número representa uma redução de 27%.
Até a 9ª semana de 2008 foram notificados 120.570 casos da dengue hemorrágica, dos quais 647 foram confirmados e 48 resultaram em morte. Durante todo o ano passado, foram registrados 559.954 casos da doença, com 158 mortes.
A queda, no entanto, não foi homogênea nas cinco regiões do Brasil. O Centro-Oeste e o Sul tiveram diminuição de 79,06% e 56,88% respectivamente. A região Norte teve o maior aumento da dengue, com um acréscimo de 52,82%, apesar de ter o segundo menor número de casos absolutos.
Rio de Janeiro tem um novo caso de dengue a cada minuto. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde. Em apenas um dia foram confirmados 2.053 casos confirmados de dengue na cidade - uma média de 1,4 caso por minuto.
O número oficial de mortos no Estado até esta sexta-feira é de 47. Na capital, foram 29 óbitos. A situação é a pior vivida desde 2002, quando a epidemia de dengue matou cerca de 90 pessoas no Estado, 54 delas na capital.
Nos três primeiros meses de 2008, o número de casos de dengue na Bahia dobrou em relação ao ano passado. Até final de março, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, foram registrados 8.343 casos no Estado, número bastante superior ao verificado no mesmo período de 2007, quando foram registradas 3.263 notificações.
Em Salvador, os números apresentaram redução. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram registrados 178 casos nos primeiros meses de 2008, contra 497 verificados em 2007. "Esses números não correspondem à realidade", avalia a coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Secretaria Estadual da Saúde, Jesuína Castro.

July.

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