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sábado, 15 de novembro de 2008

Para entendermos um pouco mais a adolescência.



A adolescência é uma das fases do processo evolutivo do ser humano caracterizada por ricas transformações, em todos os sentidos, quer físicas, quer psíquicas, quer sociais. É o início das manifestações da sexualidade com genitalidade, além de constitui-se um período crucial do despertar para o uso de substâncias psicoativas, sedo elas lícitas ou ilícitas, seja como mera experimentação, ou como consumo ocasional/social, indevido ou abusivo.
O objetivo deste texto será o de conhecermos um pouco do desenvolvimento da sexualidade e do uso / abuso de substâncias psicoativas no período da adolescência.
Antes de Freud, só se pensava que a sexualidade aflorava na puberdade. Porém Freud demonstrou que toda criança é um ser sexuado, e que essa sexualidade assim como a criança atravessa fases até atingir a adulta.
A criança recém-nascida tem a sexualidade intimamente ligada ao instinto de conservação. Ao sugar o leite materno ela tanto sacia a fome como sente bastante prazer.
Entre o 1º e o 3º ano de vida, o simples ato de expulsar e reter as fezes no ânus é outra forma da criança sentir prazer. Inclusive, segundo a maioria dos especialistas no assunto, durante os três primeiros anos de vida, a criança estabelece a identidade sexual, ou seja, o sentimento de pertencer a um ou outro sexo.
Entre os três e os seis anos, a atenção da criança dirige-se para os genitais. Ela descobre as diferenças entre os sexos, entre seu corpo e o corpo dos pais e demonstra curiosidades sobre a origem e a razão dessas diferenças. São também bastante comuns aqui nessa fase as perguntas sobre o nascimento dos bebês. A criança demonstra preferência pelo genitor do sexo oposto ao seu, aparecem também os ciúmes e rivalidades.
Dois acontecimentos específicos marcam o início da puberdade: nos meninos, a primeira ejaculação, ou polução; nas meninas, a menstruação, e, com as transformações que começam a ocorrer no corpo, tornam-se experiências que provocam intensas emoções, muitas vezes carregadas de angústia e culpa. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso é muito desejado e motivo de orgulho, porque são marcos que indicam a saída da infância.
No início da adolescência, na puberdade, por volta dos onze, doze anos, a sexualidade é auto-erótica, ou seja, o jovem está mais voltado para si mesmo, para o seu corpo. E o que prevalece aqui é a masturbação, que não vem acompanhada, necessariamente, de fantasias com um objeto sexual. É uma atividade importante porque proporciona um conhecimento do corpo e das sensações que provêm dele e é também um ensaio para a futura sexualidade heterossexual. Além disso, pode ser usada como descarga de impulsos agressivos e válvula de escape para situações de tensão, frustração e conflito, possibilitando, assim, uma compensação ao sofrimento.
Mesmo em condições mais liberais, o adolescente poderá sentir-se culpado com a prática masturbatória, pois em nossa cultura ela ainda está associada a pecado, a sujeira e a diversos mitos. Mas a masturbação, nessa fase, faz parte do desenvolvimento normal.
São freqüentes as paixões platônicas, sentimentos que são experimentados mais internamente do que na prática.
Se existe uma atividade sexual esta é acompanhada, muitas vezes, de ejaculação precoce e uma confusão na forma de lidar com as relações. Em geral, os meninos, assim que conseguem realizar um ato sexual, tendem a espalhar a notícia, numa necessidade exibicionista, seguida de desprezo à parceira. Isso também é próprio de uma cultura que valoriza o machismo e fecha as possibilidades para uma imagem mais integrada e menos consumista do ser humano. Às meninas resta, muitas vezes, renderem-se a essa situação por falta de condições diferentes.
Com a intensa excitação, sintomas como medos e fobias podem aparecer. A esses fatores psíquicos juntam-se outros, de ordem sócio-cultural: a baixa estimulação oferecida às crianças e jovens para o seu desenvolvimento pessoal e social, a exposição ao autoritarismo e mesmo à violência dos adultos, as reduzidas oportunidades de participação social e de exercício da cidadania. Então, a necessidade de experimentar e explorar o mundo e transgredir normas faz das drogas um caminho atraente para o adolescente.
Como citado acima, várias são as motivações para o uso de drogas pelo adolescente: fuga de problemas; dificuldades pessoais; perdas significativas; frustrações; curiosidade; pressão do grupo; busca do prazer; desejo de ir além dos limites humanos; busca do transcendente; oposição a ordem; transgressão; timidez; falta de autoconfiança. Muitos destes motivos, com relativa freqüência, podem estar associados, o que dificulta a identificação de sua verdadeira causa.
Todas as drogas, em maior ou em menor grau, põem em risco a integridade psicofísica do adolescente, podem expô-lo a acidentes, violências e confronto com a lei.
O risco não é apenas para aqueles que se tornam dependentes, mas também para quem faz uso recreativo ou eventual de drogas. Quem está bêbado ou sob o efeito de substâncias psicoativas estimulantes dificilmente terá condições de lembra-se de usar ou exigir do parceiro (a) a camisinha na relação sexual. Qualquer alteração no estado de consciência, por mais momentânea que seja, reforça a sensação do “comigo não vai acontecer”, dispensando preocupação com a prevenção das DST/AIDS, de acidentes, de transgressões e outras situações que impliquem risco para si e para os outros.
No que se refere à sexualidade, uma das questões mais comuns entre os adolescentes relaciona-se ao efeito da droga sobre o desempenho sexual. Tanto o sexo quanto as drogas estão associados ao prazer e à libertação das repressões. Por isso, muitos adolescentes buscam a droga para vencer a timidez e aumentar o prazer sexual.
Não podemos tapar o sol com peneira, não há lugar para complacência, a falta de sensibilização das autoridades e conseqüentemente dos responsáveis, faz o uso de drogas "tradicionais" (isto é, de adultos), sobretudo o álcool, ter aumentado nos últimos anos, mais notavelmente entre os adolescentes mais jovens.
Não rotular, não discriminar e não acusar são condições fundamentais da prevenção educativa quando nos referimos a sexualidade e uso de drogas na adolescência.


"A bondade é o princípio do tato, e o respeito pelos outros é a primeira condição para saber viver."


July.

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