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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Aprendendo a Fazer Trabalhos...

Organizando a Informação

Esquema

O esquema é um registro gráfico (bastante visual) dos pontos principais de um determinado conteúdo. Não há normas para elaboração do esquema, ele deve ser um registro útil para você, por isso, é você quem deve definir a melhor maneira de fazê-lo. Um bom esquema, porém, deve:

evidenciar o esqueleto do texto (ou da aula, do filme, da palestra, etc.) em questão, apresentando rapidamente a organização lógica das idéias e a relação entre elas

ser o mais fiel possível ao texto, limitando-se a reproduzir e compreender o conteúdo esquematizado

Algumas dicas úteis para um esquema, segundo Hühne (2000) são:

após a leitura do texto, dar títulos e subtítulos às idéias identificadas no texto, anotando-os as margens

colocar estes itens no papel como uma seqüência ordenada por números (1, 1.1, 1.2, 2, etc.) para indicar suas divisões

utilizar símbolos para relacionar as idéias esquematizadas, como setas para indicar que uma idéia leva à outra, sinais de igual para indicar semelhança ou cruzes para indicar oposição, etc.

é igualmente útil utilizar chaves ({) ou círculos para agrupar idéias semelhantes

Não importa que códigos você usa no seu esquema, pois ele é de uso pessoal seu. O importante é que ele seja útil a você, ou seja, lhe permita recuperar rapidamente o argumento e as idéias de um texto com uma simples visualização.

Fichamento e Fichário

“FICHAMENTO” é uma forma de investigação que se caracteriza pelo ato de fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. Para isso, é preciso usar fichas que facilitam a documentação e preparam a execução do trabalho. Não só, mas é também uma forma de estudar / assimilar criticamente os melhores texto / temas de sua formação acadêmico-profissional.

“Um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:

1. Indicação bibliográfica – mostrando a fonte da leitura (cf. ABNT)

2. Resumo – sintetizando o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na introdução pode fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa).

3. Citações – apresentando as transcrições significativas da obra.

4. Comentários – expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não em outros autores e outras obras.

5. Ideação – colocando em destaque as novas idéias que surgiram durante a leitura reflexiva.

MODELO DE FICHAMENTO

Indicação bibliográfica (conforme as normas da ABNT)

1ª parte: apresentação objetiva das idéias do autor

1 – Resumo (baseado no esquema)

2 – Pequenas citações (entre aspas e páginas)

2ª parte: elaboração pessoal sobre a leitura

1 – Comentários (parecer e crítica)

2 – Ideação (novas perspectivas)

Extraído de:

HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. p. 64-65.

Fichário

O fichário não é mais do que o espaço no qual você armazena, classificadamente, as fichas produzidas por seus fichamentos.

Resumo

Resumir é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo. Isto significa reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um tema. Saber fazer um bom resumo é fundamental no percurso acadêmico de um estudante em especial por lhe permitir recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele terá de lidar ao longo de seu curso.

Em geral um bom resumo deve ser:

Breve e conciso: no resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado os exemplos dados pelo autor, detalhes e dados secundários

Pessoal: um resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o resultado da sua leitura de um texto

Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as idéias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim, as idéias devem ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre elas. O texto do resumo deve ser compreensível.

O resumo tem várias utilizações. Isto significa também que existem vários tipos de resumo. Você irá encontrar resumos como parte de uma monografia, antes de um artigo, em catálogos de editoras, em revistas especializadas, em boletins bibliográficos, etc. Por isso, antes de fazer um resumo você deve saber a que ele se destina, para saber como ele deve ser feito. Em linhas gerais, costuma-se dizer que há 3 tipos usuais de resumo: o resumo indicativo, o resumo informativo e o resumo crítico (ou resenha).

Tipos de resumo:

Resumo Indicativo ou Descritivo

Também conhecido como abstract (resumo, em inglês), este tipo de resumo apenas indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados qualitativos ou quantitativos, etc. Um bom exemplo deste tipo de resumo são as sinopses de filmes publicadas nos jornais. Ali você tem apenas uma idéia do enredo de que trata o filme.

Resumo Informativo ou Analítico

Também conhecido, em inglês, como summary, este tipo de resumo informa o leitor sobre outras características do texto. Se o texto é o relatório de uma pesquisa, por exemplo, um resumo informativo não diz apenas do que trata a pesquisa (como seria o resumo indicativo), mas informa as finalidades da pesquisa, a metodologia utilizada e os resultados atingidos. Um bom exemplo disto são os resumos de trabalhos científicos publicados nos anais de congressos, como os da SBPC (link para os resumos da SBPC: http://200.177.98.67/sbpc/53a/lista.exe?TIPO=RA ) A principal utilidade dos resumos informativos no campo científico é auxiliar o pesquisador em suas pesquisas bibliográficas. Imagine-se procurando textos sobre seu tema de pesquisa. Quais você deve realmente ler? Para saber isso, procure um resumo informativo de cada texto.

Resumo Crítico ou Resenha

Este é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus professores ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária.

Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é chamado de Resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor, você só escreverá uma resenha no dia em que seu resumo crítico for publicado em uma revista. Até lá, o que você faz é um resumo crítico.

Mas não deixam de estar certos os professores que dizem que resenha não é resumo. A resenha (ou resumo crítico) não é apenas uma resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Você só fará uma boa resenha se tiver lido um texto ao menos até a quarta etapa de leitura, na classificação sugerida por Antônio Severino.

Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:

1 qual o tema tratado pelo autor?

2 Qual o problema que ele coloca?

3 Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema?

4 Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição?

Uma vez tendo identificado todos estes pontos, que devem estar retratados no seu esquema do texto, você já tem material para escrever metade do seu resumo crítico. Este material já é suficiente para fazer um resumo informativo, mas, para um resumo crítico, falta a crítica, ou seja, a sua análise sobre o texto. E o que é esta análise? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e idéias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:

- informações sobre o autor, suas outras obras e sua relação com outros autores;

- elementos para contribuir para um debate acerca do tema em questão;

- condições de escrever um texto coerente e com organicidade;

A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:

- nos parágrafos iniciais, uma introdução à obra resenhada, apresentando:

- o assunto/ tema;

- o problema elaborado pelo autor;

- e a posição do autor diante deste problema;

No desenvolvimento, a apresentação do conteúdo da obra, enfatizando:

- as idéias centrais do texto;

- os argumentos e idéias secundárias;

Por fim, uma conclusão apresentado sua crítica pessoal, ou seja:

- uma avaliação das idéias do autor frente a outros textos e autores

- uma avaliação da qualidade do texto, quanto à sua coerência, validade, originalidade, profundidade, alcance, etc.

É bom lembrar que estes passos não são uma norma rígida. Esta é a estrutura usual de resenhas, mas como a resenha é um texto escrito para publicação em revistas especializadas, cada revista cria suas próprias regras. Questões como onde escrever o nome do resenhista (se abaixo do título, no final, a quantos centímetros da margem), quantos parágrafos utilizar, o número mínimo e máximo de linhas, a utilização de tópicos e subtítulos, etc., tudo isso é definido pela revista que for publicar a resenha. Por isso, sempre que um professor pedir para você fazer uma “resenha” (um resumo crítico, já que não será publicado) você deve pedir que ele lhe dê estes parâmetros. Se o professor não se pronunciar, sinta-se livre para decidir como apresentar a resenha, desde que respeitando a estrutura geral apresentada aqui e as normas de bom senso para redação de trabalhos acadêmicos.

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